VCT PR6 – Trilho dos Moinhos de Vento de Montedor




Galeria de Imagens


Ficha Técnica
Nome do percurso: PR6 VCT - Trilho dos Moinhos de Vento de Montedor
Comentário:
Descrição:
Distância: 1.976,24 metros
Altitude mínima/máxima: 0 / 54 metros
Ganho de elevação acumulado: 122 metros

Duração: 45m
Grau de Dificuldade: Fácil
Âmbito do Percurso: Paisagístico/ Patrimonial/ Cultural
Ponto de Partida/ Chegada: Praia de Fornelos

O trilho dos Moinhos de Vento de Montedor é um percurso pedestre denominado de Pequena Rota (PR), – pelo que a respetiva marcação e sinalização obedece às normas internacionais. A numeração é atribuída pelo Município de Viana do Castelo.

Este percurso situa-se no lugar de Montedor da freguesia de Carreço, do concelho de Viana do Castelo. É de salientar que grande parte deste percurso é coincidente com o “Percurso Pedestre do Forte do Paçô”. O ponto de início localiza-se no local mais a norte da praia de Carreço, onde acaba a rua empedrada de acesso à praia de Fornelos, junto às Pias Salineiras. As “pias salineiras” (Idade do Ferro) são constituídas por «gamelas» escavadas no afloramento granítico. De formatos irregulares, têm um rebordo criado para reter a água do mar de forma a permitir uma rápida evaporação.

Seguimos por um trilho, onde a areia, a terra e a pedra se misturam, contornando os campos de cultivo à direita e um afloramento granítico à esquerda, onde se situam as Gravuras Rupestres de Montedor. Classificadas com Imóvel de Interesse Público, estas gravuras rupestres pré-históricas apresentam motivos zoomórficos (cervídeos e equídeos). Deixando o mar nas nossas costas, entramos na sombra dos pinheiros que abundam neste local e, subindo pelo caminho de laje, encontramos as primeiras casas do Lugar de Montedor. Continuando pelo caminho marcado, deparamo-nos com uma laje de pedra onde se localiza outro núcleo de gravuras rupestres: Gravuras Rupestres da Fraga da Bica, que apresentam motivos cruciformes, provavelmente estilizando a figura humana.

Seguindo pela Travessa do Bica viramos à esquerda para a Rua do Bom Sucesso, onde avistamos uma antiga capela denominada por Capela de Nª Sª do Bom Sucesso. Desta capela restam apenas alguns panos de parede e a capela-mor em adiantado estado de degradação. Ainda se pode identificar o altar-mor, em pedra, de estilo clássico e o teto da capela-mor artesoado, também de pedra. Foi fundada em 1692 pelo morgado António Rodrigues de Oliveira. A imagem da Sª do Bom Sucesso, uma peça escultórica em jaspe, do século XVI, encontra-se na Igreja Paroquial.

Continuando a subir a rua empedrada deparamo-nos com o Farol de Montedor. Foi construído sobre os restos de um povoado castrejo da Idade do Ferro, comprovado pelo aparecimento de vários vestígios de cerâmica, tégula e parte de um moinho manual de grandes dimensões. É o farol localizado mais a Norte do país e entrou em funcionamento em 20 de Março de 1910. Possui uma torre quadrangular em cantaria de granito com a altura de 28 metros (103 metros de altitude acima do nível do mar). Virando à esquerda por um trilho de terra batida que penetra num pinhal, encontramos o primeiro moinho de vento em funcionamento: o Moinho do Petisco, de propriedade particular que, em alguns dias, podemos ver a moer, com as velas de desfraldadas; aqui conseguimos vislumbrar uma paisagem única sobre o Oceano Atlântico.

Depois de descer as escadas de madeira que se encontram junto a este moinho, viramos à esquerda por uma rua empedrada. Cerca de 100 m decorridos, virámos à direita pela travessa da Velosa até desaguar num largo, onde tornamos a virar à direita. É neste ponto que os dois trilhos se separam. Enquanto o percurso pedestre do Forte de Paçô segue por este caminho, o dos Moinhos de Vento de Montedor segue por um carreiro de terra batida à esquerda, a cerca de 50 m do largo por onde passamos.

Seguindo por este carreiro encontramos os outros dois moinhos de vento: o Moinho do Marinheiro e o Moinho de Cima, que constituem um dos Núcleos Museológicos do Museu do Traje e estão abertos ao público. Estes moinhos de vento assumiram, ao longo dos tempos, uma importância vital na vida rural tradicional da freguesia e são porventura os mais conhecidos. Estes resultam da evolução de uma comunidade, que em face da riqueza cerealífera local, utilizou a energia eólica, para moer os grãos de forma a transformá-los em farinha. Estes moinhos estão atualmente recuperados. O Moinho do Marinheiro é de tipologia de velas trapezoidais de madeira e é o único conhecido em funcionamento, desde que foi recuperado pela Câmara municipal em 2002. O Moinho de Cima, que funcionava com as mais conhecidas velas de pano (tal como do Petisco), acolhe um Centro de Interpretação sobre os moinhos. Na padieira da porta tem gravada a data de 1835. Os Moinhos de Vento de Montedor estão classificados como Imóveis de Interesse Público.

Seguimos pela rua empedrada à nossa frente e virámos logo de seguida por um carreiro de terra batida que atravessa o pinhal. Descendo este carreiro, reencontramos o caminho de início deste magnífico trilho, chegando assim ao fim do percurso.

Última atualização: 26/04/2017